sexta-feira, 28 de agosto de 2009

... anteontem retornei ao mesmo lugar o qual estive em Duque de Caxias, local que a pouco me mostrou bruscamente a condição humana, o que pode ser de um homem; engraçado que foi pelo mesmo motivo que lá estive pela última vez, e logo comecei a flertar com a possibilidade de um novo encontro, mas não me permiti continuar nesta fresta imaginativa, calei meus pensamentos generalizadores e segui em frente. Já tomada por outros propósitos e atrasada, cheguei a praça principal de Caxias, lá mesmo, onde ficam a Câmara Municipal e a interseção, através de uma ponte dos dois lados da cidade que é separada por uma funcional linha de trem, dentre tantos transeuntes avistei uma mulher negra retinta, de meia idade, atitude e expressões joviais, sentada no muro que cerca um dos canteiros a balançar suas pernas, sob os olhos vigilantes de um senhor e um rapaz que tomavam uma fresca sentados no paralelepípedo a um nível abaixo, porém em ângulo contemplativo propício. Lugar movimentado, às dez horas numa das raras manhãs ensolaradas de final de inverno, a mulher com um olhar inquieto, buscava vários horizontes e já com ares primaveris vestia uma blusa verde eneblinado, somente, o que fazia com que os dois homens a observassem sem conseguir evitar a fala molhada sobre seu sexo nú, prenúncio acalorado da estação das flores.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009


evento na Azul Galeria no dia 05 de setembro :::::::::::::::Performance Day::::::::::::::::::
com a participação virtual dos coletivos 13 Numa Noite e o Filé de Peixe

quem estiver em PoA
Rua Lima e Silva, n.04 Porto Alegre - RS CEP 90050 - 100

terça-feira, 11 de agosto de 2009

...quando se tem coisas a fazer, trabalhos a executar, obrigações, não se quer tê-las. Toda e qualquer imposição que ocupe sua vida de maneira preestabelecida é assim, mas todo trabalho carrega realização e este desprazer, pois só consigo realizar meus prazeres através deste, recebo em troca do que faço a moeda universal que compra o que se oferece; são necessidades que temos, mas também desejos, quantos desejos ficam mais distantes ainda quando não cogito o trabalho, trabalho este que atrapalha os desejos.
Não tenho mais realizadores dos meus desejos [ ] é tempo que não volta mais.
...mas imagine alguém que viva para a realização dos outros,
que covardia!!!

domingo, 9 de agosto de 2009

... por esses dias estava eu em Duque de Caxias, numa rua movimentada caminhando por volta das 13h, quando me deparei com um senhor grisalho vestindo roupas escuras de sujeira, parecia ser um morador de rua, acho até que daquelas ruas pois estava com as calças arriadas na altura das canelas, parecia um pouco atrapalhado com seus afazeres cotidianos, parte deles já havia executado já que a seu lado tinha um jornal esticado com sua necessidade fisiológica sólida fresca. Acabara eu de sair de uma reunião com educadores, faziamos planos para a melhoria da educação do país, estávamos a observar os pormenores de um texto federal, discutindo-o e retificando-o, porém as vezes parece que os fatos gritantes nos escapam com maior facilidade. Então observei aquela cena e não me contive em dizer: - Que visão do inferno !!! Porém eu precisava de mais, e olhei novamente e percebi que as pessoas passavam sem esboçar sequer uma mudança de expressão, seria aquilo normal ou só eu quem estava a ver aquele ser natural? Na terceira vez que voltei meu olhar para aquele homem, este se encontrava agachado, de cócoras com uma folha de jornal dupla nas mãos, segurada da maneira que dava,não hesitem em imaginar, limpava a bunda desajeitadamente enquanto cuidava para não sujar as calças.

As pessoas sempre falam de limpar a bunda com jornal, sempre imaginei de outro jeito ...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

... tive certeza, assim como dois e dois são vinte e dois, de como é prejudicial este capitalismo desenfreado, acredite, ainda estou aqui desfazendo o acúmulo de um semestre inteiro, são muitas coisas, quando se necessita de tão pouco ................ estou aqui de frente para minha mochila que ainda está cheia das coisas de PoA, na cesta quase do 13, também outros tantos pertences, a que conjuntos pertences?? O da felicidade já está garantido, como fui feliz lá, o frio mais compactador que me fez ficar mais junto de mim, usei todas as vestes ao mesmo tempo, só se salvaram tristes as calcinhas, pois estas são do tipo VIP, as que gostam de ficar separadas, ter exclusividade. Pior de tudo isso é que sou apegada quando cheguei fiquei com estas vestes por mais três dias só para garantir as memórias frescas e é por conta destas memórias é que não me desfaço rapidamente das coisas, mas me apego facilmente àquilo que não me pertence.
...cozinhar batatas, das grandes, não as miúdas, sem ser em banho maria já demoram a ser cozidas; coisa que não fiz em PoA já que o tempo era ação, se fosse para rir mesmo querendo parar,hahaha ríssimos, seria rasgado, sem contenção. Andar pela rua só para ver o que se faz, como se esquenta em lugares tão frios e discretos, caminhar pela vastidão, falar com quem nem se conhecia e confiar sem discrição.Depois de todas as pessoas,se visse que não esquentou, apelávamos as ervas, as bebidas, aos exercícios ........ sabe que o que mais me esquentou foi o circo, momentos malabarísticos. Hoje ainda na limpeza do ratro, roupas para lavar, coisas para guardar dentre estes muitos papéis, aguardo sem pressa o tempo da batata.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

...chegando de PoA encontro meu segundo envólucro assim invadido, que intromissão mais fugidia seria, que não me encontre,que já longe me provoca nojo, despreso e medo, como este que caminha pelos subterrâneos vem caminhar aqui, atrás de cheiros? E como tenho cheiros, quando fui deixei cheiros de lembranças, PoA sempre me traz novidades, surpresas, e não é que o rato se aproveitou, se espalhou em terreno cheio de entulho para revirar e se revirou. Estou eu agora com pano, vassoura e desinfetante recolhendo seu rastro. Quem mandou cheirar ?!?!

"Nossa senhora do Rosário a sua casa cheira, cheira cravo, cheira rosa, cheira flor de laranjeira"