quinta-feira, 22 de abril de 2021

notas sobre a pandemia

Com a pandemia, passei a pressionar os dentes travando a mandíbula.
Acordo sentindo a pressão na boca.
Gosto de processos de relaxamento guiados, quando falam: "- destrave  a língua e o maxilar!". Estão sempre travados!

Passei a flertar com a ansiedade...
E a temer pegar a estrada.

Qualquer dor de cabeça vira motivo, investigação, debate interno... trabalho contra as paranoias e os medos que lotam meus pensamentos.

A pandemia me fez ter medo.
Me fez querer xingar as pessoas sem máscaras que vejo na rua. Xingo mesmo. As vezes grito.
Desconfio da paisagem e sinto medo do invisível.

Não vejo mais repórteres. Escolho notícias. 
E não consigo chorar.
Saudade
Quero chorar mas não consigo.
Me obrigo a rezar e durmo.
Quero rezar, meditar e chorar.
Mas critico e passo raiva.

A pandemia me fez aguçar a desconfiança no outro. Oscilando crenças e criando suposições.
Medo e desejo. 

Observo escondida,
Regulo neuroses.
Passo álcool 70°
Espero evaporar.
Spray!
Pray!
Spray!
Pray!
Spray!
Pray!