sexta-feira, 28 de agosto de 2009

... anteontem retornei ao mesmo lugar o qual estive em Duque de Caxias, local que a pouco me mostrou bruscamente a condição humana, o que pode ser de um homem; engraçado que foi pelo mesmo motivo que lá estive pela última vez, e logo comecei a flertar com a possibilidade de um novo encontro, mas não me permiti continuar nesta fresta imaginativa, calei meus pensamentos generalizadores e segui em frente. Já tomada por outros propósitos e atrasada, cheguei a praça principal de Caxias, lá mesmo, onde ficam a Câmara Municipal e a interseção, através de uma ponte dos dois lados da cidade que é separada por uma funcional linha de trem, dentre tantos transeuntes avistei uma mulher negra retinta, de meia idade, atitude e expressões joviais, sentada no muro que cerca um dos canteiros a balançar suas pernas, sob os olhos vigilantes de um senhor e um rapaz que tomavam uma fresca sentados no paralelepípedo a um nível abaixo, porém em ângulo contemplativo propício. Lugar movimentado, às dez horas numa das raras manhãs ensolaradas de final de inverno, a mulher com um olhar inquieto, buscava vários horizontes e já com ares primaveris vestia uma blusa verde eneblinado, somente, o que fazia com que os dois homens a observassem sem conseguir evitar a fala molhada sobre seu sexo nú, prenúncio acalorado da estação das flores.